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O limiar da existência: navegando o novo tempo da Inteligência Artificial
Vivemos uma transição, o antes e o depois da I.A. Podemos ignorar esse momento e deixá-lo pairando no inconsciente de nossas vidas ou tomar as rédeas.

Saudações,
Este limiar "está dando pano pra manga"; falo nele hoje novamente. Gostei da brincadeira. Espero que você também esteja gostando. Hoje, questiono sobre nossa existência; acordei filosófico. Não tanto quanto Sartre ou Descartes, mas existo, por isso escrevo. Há alguns dias, escrevi sobre o "Dreamtime (Tempo dos Sonhos)", narrativa mítica aborígene australiana que faz referência a três reinos: o humano, o terreno e o sagrado. [Se você não leu o texto, pode ler aqui.] Para eles, há um tempo antes da criação, o limiar da existência. Hoje falarei sobre isso. Ficou curioso?
Boa leitura.
Em nossa jornada pela vida, encontramos momentos de transição que são como limiares, pontos de transição entre estados ou épocas que não podem ser claramente definidos. Dois pensadores, Zygmunt Bauman e Carl Gustav Jung, oferecem insights fascinantes sobre esses momentos de passagem, explorando como eles moldam nossa existência de maneira profunda e muitas vezes imperceptível.
Zygmunt Bauman: a vida líquida e os limiares da modernidade
O sociólogo polonês Zygmunt Bauman é conhecido por sua teoria da "vida líquida", na qual ele descreve a sociedade contemporânea como caracterizada pela falta de estruturas sólidas e pela fluidez das relações humanas. Em seu livro "Vida Líquida", Bauman transparece o conceito de "limiar" como um tempo que não pode ser calculado, mas está lá, marcando as transições em nossas vidas e na sociedade como um todo.
Para Bauman, vivemos em uma era de incerteza constante, onde as velhas certezas e estruturas estão em colapso. Nesse contexto, o limiar se manifesta como momentos de transição entre tempos específicos. Pode ser o limiar da "Era Moderna", o limiar do "século XXI" ou o limiar da "era da construção do Estado-nação". São momentos em que deixamos para trás o familiar e enfrentamos o desconhecido, moldando nossa identidade e nossa compreensão do mundo.
Carl Gustav Jung: o limiar da Consciência e o Inconsciente
Carl Gustav Jung, psiquiatra suíço e fundador da psicologia analítica, também oferece uma perspectiva única sobre o limiar. Em sua obra "O Eu e o Inconsciente", Jung fala do "limiar da consciência". Ele descreve o inconsciente não apenas como um depósito de conteúdos reprimidos, mas como todo o material psíquico que subjaz ao limiar da consciência.
Para Jung, o limiar da consciência é um espaço intermediário, onde a mente consciente e o inconsciente se encontram. É o ponto onde os conteúdos do inconsciente podem emergir para a consciência, influenciando nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos. Esses momentos de passagem são cruciais para a compreensão de nós mesmos e para a integração de aspectos ocultos de nossa psique.
A importância dos limiares na existência humana
A concepção de limiares por pensadores como Bauman e Jung ressalta a importância dos momentos de transição em nossas vidas. Esses limiares não são apenas pontos de passagem, mas também oportunidades para crescimento, transformação e autoconhecimento.
Nossa jornada pessoal e nossa evolução como sociedade são moldadas por esses limiares. Eles nos desafiam a deixar para trás o conforto do conhecido e a explorar o território do desconhecido. São momentos de aprendizado, adaptação e autodescoberta.
Ao reconhecer e abraçar os limiares da existência, podemos navegar com mais sabedoria pelos desafios da vida. Eles nos lembram que a mudança é inevitável e que cada transição, por mais incerta que possa parecer, é uma oportunidade para abraçar o mistério da existência e evoluir como indivíduos e como sociedade.
Isso lembra que estamos novamente em um tempo antes da criação, o limiar da existência pulsando com a inteligência artificial. Vivemos uma transição entre tempos específicos, o antes e o depois da I.A. Podemos ignorar esse momento e deixá-lo pairando no inconsciente de nossas vidas ou tomar as rédeas e fazer emergir para a consciência, para nossos pensamentos, sentimentos e comportamentos, esse novo tempo.
Atenciosamente,
Prof. Dr. Reginaldo Osnildo
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