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O limiar nos separa do inimaginável
O limiar é a fronteira que separa a compreensão humana do que está além de nossa capacidade de compreensão.

Saudações,
Você deve ter percebido que em praticamente todos os meus textos, eu apresento o olhar de pesquisadores sobre o tema. Na maioria das vezes, se você clicar no título do livro que eu menciono ou no nome do pesquisador, você será direcionado para uma página onde poderá adquirir a obra. A intenção é que você faça a leitura por si e tire suas próprias conclusões. Em nenhum momento quero ser o dono da verdade absoluta. Sou apenas um jornalista que tem um olhar aguçado para a pesquisa e traz em forma de diálogo algumas provocações. Hoje, por exemplo, trago um trecho de uma conversa que virou livro. No diálogo com Bill Moyers, Joseph Campbell discorre sobre O poder do mito. Espero que goste da provocação de hoje.
Boa leitura.
A conversa entre Bill Moyers e Joseph Campbell ocorreu em uma série de entrevistas que mais tarde foram compiladas na série de televisão chamada "The Power of Myth". Entrevistas que você pode assistir aqui. Nessas conversas, Campbell, mitólogo e estudioso das religiões, compartilhou sua visão única sobre a jornada humana em busca de significado.
Uma das passagens dessa conversa centrou-se na ideia do "limiar". Campbell descreve o limiar como a "superfície comum ao que pode ser conhecido e ao que nunca será descoberto". É o ponto em que a compreensão humana encontra seus limites diante do mistério insondável do universo.
Para Campbell, o limiar é a fronteira que separa a compreensão humana do que está além de nossa capacidade de compreensão. Ele destaca como os físicos, ao observarem partículas subatômicas, confrontam essa fronteira. As partículas subatômicas são como traços na tela, aparecendo e desaparecendo, e nós mesmos, assim como todas as coisas relacionadas à vida, compartilhamos essa natureza transitória.
Aqui, Campbell nos leva a uma reflexão profunda sobre a natureza do divino. Ele sugere que há uma fonte de energia transcendente, um poder que molda todas as coisas, incluindo a própria vida. Essa energia escapa à compreensão humana, permanecendo um mistério eterno. É essa energia que a reverência mítica se endereça.
O limiar como ponto de encontro entre o humano e o divino
O limiar enquanto fronteira entre o profano e o sagrado já foi apresentado para você no texto de ontem. Se não leu, pode ler aqui:
O conceito de limiar de Campbell nos convida a considerar o limiar como um ponto de encontro entre o conhecido e o divino. É uma fronteira onde nossa compreensão racional e nossa intuição espiritual se encontram. É o espaço onde confrontamos o mistério, reconhecendo nossa limitação enquanto buscamos um vislumbre do transcendental.
Nesse limiar, encontramos o espaço para a reverência mítica, uma atitude de respeito e admiração diante do mistério do universo. É onde podemos abraçar a humildade diante do desconhecido e, ao mesmo tempo, nutrir nossa conexão espiritual com algo que está além de nós. O limiar entre o conhecido e o divino é um convite para a contemplação e a reverência. É onde podemos encontrar inspiração para buscar significado em nossas jornadas pessoais e, ao mesmo tempo, celebrar a vastidão do universo que ainda permanece como um enigma intocado.
À medida que exploramos essa fronteira do mistério, podemos encontrar um terreno fértil para o crescimento espiritual e a expansão de nossa compreensão da existência. Assim, somos lembrados de que, embora possamos desvendar muitos segredos do mundo, sempre haverá um limiar onde o mistério do divino perdurará, convidando-nos a contemplar sua infinita grandeza. Ou ainda, nossa insignificância.
Reforço o convite para que assista à conversa entre Bill Moyers e Joseph Campbell:
Atenciosamente,
Prof. Dr. Reginaldo Osnildo

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